O que escrever, o que escrever? Este blog é isto mesmo. Um "gathering" de ideias soltas para ver se dá alguma coisa...

Thursday, May 24, 2007

uma citação que me anda a consumir a alma há uns tempos...

"Um homem tem de estar preparado para se queimar na sua própria chama: como se pode renovar sem primeiro se transformar em cinzas?" - Assim falava Zaratustra

Sunday, July 02, 2006

C is for Cookie

E um humorzito adicionado à nostalgia? Não era mal pensado.. Como tudo parecia mais simples quando éramos crianças..

Wednesday, June 21, 2006

Um status do nosso mui amado país


Need I say more? Um brilhante toon que reflecte a mentalidade futebol-dependente que prevalece no nosso país e que é patrocinada indiscriminadamente. Será que é baseado num conjunto de 23 meninos ricos "jogadores de bola" que Portugal vai descolar da cauda da Europa? Cá estaremos para ver...

Monday, April 24, 2006

Uma questão de linguística

Veio-me recentemente à atenção (alguém que traduza "it has come to my attention" como deve ser que a minha capacidade tradutora é extremamente pobre) que a língua portuguesa tem os seus quês.
Refiro-me especificamente à dualidade de género das palavras.
Alguma nobre alma de passagem por este pobre espaço de troca de ainda mais pobres ideias me consegue dizer porque é que AS cores são todas masculinas? (amarelo, laranja, rosa, castanho, ...). Pelo menos aquelas inseridas no meu mui reduzido vocabulário (será o meu id a revelar-se um verdadeiro machista? Viva o superego, senão estava bem tramado naquela faculdade onde há elementos do sexo feminino até perder de vista...).
Ainda se compreende que castanho não seja castanha e o laranja se diferencie da laranja para não os confundirmos com OS frutos!! (a ironia da coisa.. e não me venham com a coisa de "ah e tal mas não são frutOs, são frutAs".. espero mais dos sempre mui nobres leitores e/ou comentadores desta coisa que para aqui anda [a.k.a. blog]).
Era só para pedir uma divina intervenção que esclarecesse este mendigo (foi o melhor sinónimo que encontrei.. não podia ver a palavra pobre escrita nesta opinião mais nenhuma vez.. "damn! I did it again!") espírito sempre na busca incessante pela verdade acessória.

Saturday, April 01, 2006

Portugal e a forma - um texto extemporâneo para um problema contemporâneo

Nos últimos tempos tenho vindo a constatar a relação intrigante entre Portugal e a forma. Na "troca de ideias" (que pouco mais passou de uma conversa convergente de ideologias justapostas) que tive a oportunidade de presenciar not so long ago, veio a minha paixão ao de cima e agora tenho de pôr este fait diver por escrito.
Se olharmos bem para o povo luso por um ponto de vista sociológico e atentarmos na comunicação deste, acho que nos fica patente (tentando ser o mais imparcial possível) o gosto, direi mesmo o amor que nós temos pela estética verbal e pelo sentimento que a forma pode expressar, independentemente do conteúdo.
Já o grande Eça de Queirós n'Os Maias enaltecia, através do autobiográfico João da Ega, a verve literária do Alencar, apesar das diferenças ideológicas que separavam estes dois personagens (realismo vs romantismo, se não me falha a memória) que levou mesmo a confrontos num jantar... Esta crítica (construtiva?) do século XIX mantém-se actual nos dias que correm.
Eu próprio noto em mim esse mui Camoniano bichinho neste mesmo texto, em que tento pouco expressar com o mais alto paleio que o meu parco vocabulário consegue engendrar.
Hoje em dia, num mundo dominado pelos media e tecnologias, em que a informação está ao alcance de qualquer um (mais uma verdade LaPalisseana...), a falta de ideias originais e construídas numa base palpável, independentemente de lógicas ou sentimentalismo, é preocupante.
Onde está o verve ideológico (não só literário) do classicismo grego nas nossas pseudo-elites? A exuberância esplendorosa do renascimento e do iluminismo? O que é feito da fertilidade ideológica nos bancos das universidades? (funny how Ideológico é o antónimo de Económico no Dicionário da Verbo...)
Tudo pelo cano abaixo, digo eu. O facilitismo derivado da conquista pelos nossos antepassados de regalias que agora assumimos como pilares da sociedade e inalteráveis e a incessante busca da alta produtividade como medidas de sucesso social levaram ao comodismo e apatia generalizados.
A verve expressiva substituiu a verve ideológica.
Reconhecerá o povo do nosso jardim à beira-mar plantado no que se tornou? Será que Napoleão sabia que era Napoleão? Conseguirá a formiga obreira ver a sua imagem no espelho? Rever-se-á alguém nesta minha divagação?
Questões em aberto, assim como este texto... (tenho de ir dormir que a produtividade não se compadece de devaneios literários)

Sunday, December 18, 2005

Thoughts from Stockholm

"The sea, when calm, is a mirror of what surrounds it.
The mind is a reflection of it"

Raymond Pettibon
Repeater Pencil, 2004
Moderna Museet, Stockholm

Monday, July 04, 2005

É esta a realidade que se nos escapa?

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís de Camões